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Dor é o tema


Tanto a dor física, emocional como a mental estão a vir à superfície. Pede-nos para percebê-la, para finalmente a vermos pelo que é, implora-nos pela nossa atenção sem julgamento, pede a nossa curiosidade e aceitação, pois a dor não é apenas parte da vida, é um mecanismo de sobrevivência necessário. Vamos conhecê-la como deve ser.

Estamos a doer? Se já me ouviu falar sobre a dor, sabe que pergunto logo se já consultou um médico primeiro. Não importa qual seja a causa, se a dor chegou ao corpo, precisa ser vista primeiro no corpo. Se temos um dedo partido, não vamos dormir nele ou meditar. Não temos vergonha de ir a um hospital se tivermos um osso partido, mas podemos não ser tão rápidos em pedir ajuda profissional quando a dor não é física.


Se estamos a doer de uma forma não-física, como decidimos o que precisamos? Estender a mão a alguém, falar do assunto, pedir ajuda, isso não é apenas necessário, é fundamental para a nossa sobrevivência. Dito isto, aprendi da forma mais dolorosa, que é preciso escolher com cuidado. Devemos escolher alguém que seja capaz e esteja disposto a ver-nos e a ver a nossa dor, a segurá-la e cuidar de nós assim com a dor.


Nem todos reagimos da mesma maneira à dor, nem todos nós temos o mesmo nível de tolerância à dor, nem todos nós aprendemos a lidar com a dor desde a infância. Se estiver com dor, peça apoio, procure ajuda adequada. Não vamos a um dentista por causa de dor de ouvido, não vamos a um palhaço para sermos ouvidos, não falamos sobre os nossos problemas financeiros com o nosso tio Chico esperto que está endividado. Sejamos sábios ao pedir apoio a alguém.


A malagueta possui um componente ativo, a capsaicina, que aparentemente foi criada na planta como uma proteção antifúngica. Quando ingerido por mamíferos, provoca uma sensação de ardor seguida por uma sensação agradável. Esta sensação prazerosa deve-se à liberação de endorfinas, criando um efeito analgésico. Vamos abraçar a sensação de ardor da dor, apenas por um nanossegundo, para termos tempo e espaço para avaliar o que esta dor está a pedir, o que ela precisa?


Este pode ser o tempo necessário para o efeito analgésico entrar em ação e nos dar a coragem de pedir a ajuda adequada. Se não desenvolvermos esta capacidade de aguentar a dor apenas por alguns segundos, poderemos fazer qualquer coisa (na maioria das vezes, em um modo de luta ou fuga reativa) para sair da dor. Peça ajuda. Estamos todos com dor, ninguém é imune, não estamos aqui para nos libertar da dor, estamos aqui para aprender a viver com ela. Vamos falar sobre isso, vamos simplificar, mesmo quando não é fácil.

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