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"Bom" nunca pode ser a referência número um da vida.


"Bom", nunca pode ser a medida número um da vida.

Qual é a sua medida eleita para a vida?

Viva, aberta, honesta, verdadeira, real, crua, estas foram as medidas que escolhi para mim, para as minhas escolhas, para o meu trabalho, para os meus relacionamentos.

Às vezes até contra mim mesma, contra as minhas tendências profundamente aprendidas para me proteger, para ficar longe de problemas, para ser reconhecida e admirada, mesmo contra a minha necessidade de ser amada e aceite ... Eu olho para trás e sei que sempre procurei sentir-me viva, sentir-me real, inteira, aberta, honesta!

Há consequências, claro, é a vida, para cada ação há uma reação. Claro que meti-me em sarilhos no colégio de freiras, ao chamar vaca à freira Maria de Deus, quando senti que isso era verdade (só porque aos 6 anos era o maior insulto que eu conhecia). Óbvio, fui castigada com 15 "réguadas". Mas eu não neguei, não fugi ou pedi desculpas quando me pediram para o fazer. Por haveria de o fazer? Foi o que eu senti, real, vivo.

Aos 8, quando me recusei a ir à igreja, pensei que minha mãe extremamente religiosa ia-me abandonar por causa disso, mas parecia real e verdadeiro não ser obrigada a ir. Quando eu me apaixonei, quando eu terminei relações, quando me juntei a uma comunidade espiritual, e quando a deixei, tudo foi guiado pelo que estava vivo em mim em cada vez.

Em cada escolha, o mesmo motivo, eu queria sentir-me parte do mundo real. Quando me apaixonei pelo meu marido, decidi abandonar os meus planos e segui-lo, deixar a minha família e amigos, ir morar com ele e viver em pecado (como me disseram na altura). A forma como fiz isso, foi minha, honesta do que era para mim.

Cada trabalho, voluntariado, workshop, palestra ou espetáculo, é como se eu estivesse a medir contra este medidor interno. Eu duvido de mim mesma? Absolutamente! Eu ignoro o meu medidor interno? Sim, eu ainda tento de vez em quando ...

Idade, sexo, etnia, classe, preferências sexuais, aparência, educação, não são fatores que definem com quem me relaciono. Oiço muitas pessoas dizerem: fui sair com um monte de pessoas estranhas. O que está a ser partilhado, o que sinto na interação é o que mais me importa. Sentir-me viva é o mais importante para mim. Eu odeio sentir-me mal como toda a gente, mas eu estou a praticar para não fugir disso. Eu também percebi que muitos dos maiores presentes da vida vêm do abraçar os chamados maus sentimentos.

Isso é arriscado? Sim! Isso é incerto? Claro que sim! Pode ser doloroso? Sim, mas a dor não é inevitável? É desconfortável? Às vezes, outras vezes parece tão real que nos lembra do que é estar em casa.

Vê? Eu acredito, vivo é o que nós somos. Qualquer coisa que nos desvie, é sentida como um ataque à nossa existência. Quando tentamos desempenhar papéis, ser um dos papéis socialmente esperado: o bom, o bem-comportado, o amável, o que ajuda, o perito, o sábio, isto e aquilo, não importa se também é verdade, bom ou mau. Se estamos a desempenhar um papel, a tentar encaixarmo-nos num molde, em algo pré definido, com um roteiro, sentido-nos reduzidos, menos que reais, sentimos que temos que esconder algo, outra parte de nós, também vivo, real, também presente aqui.

É claro que em sociedade nós, eventualmente, aprendemos a comportarmo-nos (às vezes e mais ou menos), nós também sabemos como usar uma máscara. Mas o importante é não perder de vista a nossa bússola interna, o nosso sentido que nos guia, do que é inteiro e real agora. Como pode o real e o vivo estar preso a um papel? Como isso pode ser constante? Não pode! E essa é a vida!

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